quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Pessuti minimiza “tumulto” Pré-eleitoral no PMDB



No Bem Paraná

O vice-governador Orlando Pessuti (PMDB) minimizou ontem o risco de que sua pré-candidatura ao governo do Estado seja abandonada à própria sorte, por conta das dúvidas levantadas por deputados peemedebistas sobre sua viabilidade eleitoral, e pela falta de engajamento do governador Roberto Requião em fazê-lo seu sucessor. Pessuti garantiu que, “no momento apropriado”, Requião será seu “principal cabo eleitoral”, e que o partido tem condições de reeleger os 18 deputados estaduais da legenda nas eleições de 2010, mesmo não contando com aliados de peso na disputa.
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Nos últimos dias, cresceram os rumores de que o governador e deputados do PMDB estariam abandonando o vice, por divergências pessoais no caso de Requião, e por não acreditarem nas chances de Pessuti na disputa pelo governo, no caso dos parlamentares. Descontente com a postura de seu vice, o governador teria inclusive cortado privilégios como o uso do avião do governo e de diárias para viagens ao interior, e vetado destaque para Pessuti nas matérias divulgadas pela Agência Estadual de Notícias.
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Ao mesmo tempo, deputados do PMDB estariam descontentes com a incapacidade do vice de consolidar sua candidatura e atrair aliados. E preocupados com o risco de serem arrastados por Pessuti para um resultado desastroso nas urnas na eleição do ano que vem. Nos cálculos dos parlamentares peemedebistas, sem um candidato competitivo ao governo, e alianças consistentes, o partido correria o risco de não reeleger mais do que metade de sua atual bancada na Assembleia Legislativa.
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Por trás dessas divergências estaria o interesse dos deputados do PMDB e do próprio Requião de “rifar” a candidatura de Pessuti, em favor de uma aliança em torno de um candidato ao governo de outro partido. Muitos parlamentares peemedebistas não escondem a preferência pela candidatura do prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB). E Requião tem acenado, através de interlocutores próximos, com a possibilidade de aproximação hora com o PSDB de Beto e do senador Alvaro Dias, hora com o PDT do senador Osmar Dias.
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“Estremecimentos podem existir, mas o importante é que no momento apropriado ele (Requião) será tão cabo eleitoral do Pessuti quanto eu fui dele”, alegou o vice-governador, que em abril de 2010 deve assumir o governo, quando Requião deixar o cargo para disputar uma vaga no Senado. Pessuti também negou que o governador tivesse cortado suas diárias de viagens ou o uso do avião oficial. “Ele (Requião) nunca cortou nenhuma diária ou avião. Mesmo que ele esbravejasse, reclamasse, nunca deixou de ceder (o avião)”, garantiu.
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Sobre as preocupações dos deputados, Pessuti alegou que “são poucas as divergências”, apesar de admitir que há quem defenda o apoio a Beto Richa ou candidatos de outros partidos mais competitivos ao invés da candidatura própria do PMDB ao governo. E que a chapa de candidatos peemedebistas à Assembleia é competitiva. “Os deputados estão muito apreensivos. Mas além dos 18 deputados temos de 15 a 20 pré-candidatos fortes. Ninguém tem uma chapa com pelo menos 35 candidatos em condições de fazer 40 mil votos e se eleger”, argumentou.
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O vice-governador também minimizou a dificuldade que ele vem tendo de atrair aliados fortes, entre eles o PT, que tem demonstrado preferência pela candidatura do pedetista Osmar Dias ao governo. Ele alega que nas últimas duas eleições, Requião venceu apesar de ter disputado o governo com “chapa pura”. E que a falta de aliados não representará perdas significativas. “Temos que conduzir e não sermos conduzidos. Esse tumulto sempre acontece e sempre aconteceu”, garantiu.

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