Saiu no Estado do Paraná

O futuro governador

Todos os estados da Federação vão eleger seus governadores em 3 de outubro. Alguns, no entanto, terão novos chefes de governo já em abril, quando os atuais ocupantes do cargo serão obrigados a renunciar para disputar as eleições (apenas quem tentará a reeleição poderá seguir - para tentar presidência da República, Senado ou Câmara Federal, é obrigatória a renúncia). No Paraná, Roberto Requião (PMDB) vai deixar o Palácio das Araucárias para concorrer ao Senado Federal.

Portanto, nós já conhecemos o nosso futuro governador. É Orlando Pessuti, que ficará no cargo de abril até janeiro - no mínimo, pois ele pretende disputar o governo do Paraná pelo PMDB. Será o auge da carreira de um político que se notabilizou pela retidão de caráter, algo tão fora de moda na classe política. Essa retidão o distancia de alguns companheiros peemedebistas, principalmente aqueles que fazem tudo pelo poder - e estes não incentivam o vice-governador a tentar a candidatura, muito pelo contrário.

Em entrevista a repórter Elizabete Castro, de O Estado, no último domingo, Orlando Pessuti demonstrou mais uma vez segurança e respeito às instituições. Perguntado sobre qual será seu estilo de governo, não titubeou em responder: "O diferencial é que nós vamos estar numa condição mais próxima, eu acredito, do conjunto da sociedade. Eu vou continuar, mesmo com as mudanças que eu possa adotar no meu estilo, mas eu nunca deixarei de ter este contato pessoal, de estar permanentemente reunindo as pessoas, as lideranças e de estar visitando o interior. Agora, governo, acredito que pouca coisa seja necessário mudar. Afinal de contas, este governo que aí está eu ajudei a construir, participei da elaboração das propostas, e é um governo que tem 70%, 80% de aprovação. A questão da execução administrativa, das políticas públicas governamentais, poucas coisas serão alteradas, até porque teremos muito pouco tempo e muitas limitações do ponto de vista da lei eleitoral e da lei de responsabilidade fiscal".

Na resposta, prudente até onde é possível quando ainda não se é governador - e ainda também não se é candidato -, Pessuti não nega o respeito ao titular do Executivo estadual, Roberto Requião, e garante que manterá as diretrizes fundamentais dos últimos sete anos. No que não é errado, pois não seria o caso de mudar radicalmente em apenas nove meses.